segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Valeu a Pena
sábado, 10 de fevereiro de 2007
A demagogia como prova de incoerência.
Nos últimos dias temos visto a grande campanha pela vida dinamizada por movimentos, partidos políticos e igreja.
Já todos percebemos que para o não a questão está mal formulada (aprovam a pergunta mas como não lhes tem sido de grande conveniência passaram considerar a questão mal formulada) e que o importante é defender a vida.
Dizem-se pela vida!!!
Dizem que às dez semanas “já bate um coração”…
Alguns desses demagogos esquecem-se de que a actual lei permite matar o feto que tantos defendem. Esquecem-se, esses hipócritas, que a actual lei permite a I.V.G., por exemplo, em caso de violação.
Será que na teoria do não o fruto de uma violação não representa uma vida? Porque não falam desses casos?
Para os defensores do não existem vidas mais importantes do que outras?
Se consideram que um feto com dez semanas é uma vida, e que a sua defesa é de interesse superior, como podem permitir excepções?
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Espalhem a Notícia
Um "blogue do não" usou nas suas páginas uma canção minha, para, em ultima análise, promover os seus pontos de vista em relação ao referendo de Domingo.
Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes,cançoes inteiras foram usadas em contextos ampliados—e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer—e pensar—outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto creativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.
Só que há limites, claro.
Desde já, neste caso enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção.
Em vez de "Espalhem a notícia" deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia"...
A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e tambem à alegria consciente de dar à luz um novo ser.
Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão, e outra pérolas que tais.
E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece.
Espalhem a notícia.
Sérgio Godinho
Espalhem a notícia.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Ofensivas Camufladas - Manipulação Emocional Parte 2 - O Abominável Senhor Neves - Um Padre Lúcido
Por outro lado, e em clara contra-ofensiva, José Sócrates declara que não mudará nada na actual lei do aborto caso o Não ganhe no referendo. E porque é que digo contra-ofensiva? Porque ao afirmar veementemente tal intenção, o Primeiro-Ministro procura mobilizar os possíveis abstencionistas que até escolheriam o Sim a irem votar. Essas declarações acabam por funcionar como um verdadeiro ultimatum e com uma mensagem muito simples: se não nos mobilizarmos todos, o Sim pode não ganhar e depois não há nada a fazer, pois tudo continuará como dantes.
Esperemos que, para além de simples, também seja uma mensagem eficaz.
2-Sem comentários – os factos dizem tudo: numa escola básica no Cacém, uma mulher não identificada distribuiu um DVD aos alunos, contendo um filme no qual é demonstrado como se faz um aborto. Uma das professoras levou um exemplar para casa e visiou-no, classificando as suas imagens como chocantes. A "Plataforma “Não” Obrigada" fez saber que rejeita este tipo de campanha com utilização de imagens do género dadas a menores.
3-Parece que o paladino da moral pseudo-cristã em Portugal, João César das Neves, defende que a actual lei do aborto devia ser modificada de modo a que as mulheres deixassem de poder efectuar IVGs mesmo em caso de a gravidez ser resultante de uma violação. A pergunta que me ocorre é a seguinte: será que se a esposa de César das Neves fosse violada e engravidasse devido a tal acto ele aceitaria cumprir essa lei de bom grado?
4-O padre Manuel Costa Pinto, depois daquilo que afirmou recentemente (ver http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1285028), ainda me convenceu mais de que na Igreja Católica Romana, uma instituição com milhares de sacerdotes, apenas existem meia dúzia de verdadeiros discípulos de Cristo, sendo que um desses poucos é certamente ele.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
PSD: um exemplo a não seguir.
O Partido Social-democrata chegou ao início da campanha, para o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, reclamando-se como um partido sem posição oficial. Se dúvidas existiam, sobre a posição que PSD iria assumir no decorrer da presente campanha, essas dissiparam-se com o início da campanha eleitoral.
Como contributo para o dignificar o referendo, enquanto instrumento democrático, bem que podiam assumir a sua posição anti-despenalização e deixar de fazer esta campanha pseudo independente onde apenas apresentam argumentos contra a despenalização da I.V.G.
Porquê dizer que o sentido de voto está entregue à consciência individual quando em campanha tudo fazem para influenciar o sentido desse mesmo voto.
Algum respeito e responsabilidade são o mínimo que devemos exigir aos que desempenham, ou aspiram a desempenhar, cargos políticos.